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COLUNAS 21/11/2020

COLUNA CANTO: Propostas

Certamente você vai ler este texto entre o primeiro e o segundo turno das eleições municipais de ano de 2020. Também já saberá quem formará a Câmara de Vereadores na próxima legislatura. E ainda, se já há um(a) novo(a) prefeit(a), uma reeleição ou se tudo ficou para ser decidido no segundo turno.

 

O real é que, neste tenso ano (o tal tempo estranho, como venho chamando), tivemos um processo eleitoral diferente. A pandemia trouxe cautela. Muita virtualidade, distanciamento nos contatos com candidatos, uso de máscara, sem comícios (mas houve aglomeração, verdade). Propostas apresentadas neste universo da virtualidade. Todavia, um universo pequeno, diminuto.

 

Sei que a legislação eleitoral mudou muito, mas tenho certo saudosismo com as antigas campanhas eleitorais. Principalmente para prefeito e vereador. Seja no horário eleitoral na TV ou no rádio, você via a cidade sendo mostrada com seus defeitos e belezas. Cada candidato assim explorava e apresentava seu projeto de cidade. Lembro-me de receber em casa as propostas dos planos de governo na caixa do correio, sempre acompanhadas de um milhão de santinhos de candidatos a vereador. Ainda assim, aconteciam os comícios ou “showmicíos”, repletos de discursos e show musicais. Gostava disto tudo, confesso. Tudo muito legal para uma criança que cresceu afastada do centro da cidade.

 

Mas nem tudo são flores. Hoje vejo que campanhas como aquelas de antes não cabem mais em nosso tempo e muito menos em nossas agendas. Provavelmente tinham um custo alto e, além disso, tornavam rasa a campanha – sim, pois lembrado era o “candidato do show de fulano” ou do “boné presenteado como brinde”. Sem contar os “tanques cheios” de combustíveis, que ninguém usava e ninguém dava: apareciam por magia.

 

Que cidade queremos? (acervo pessoal)

 

A legislação avançou e coibiu muito disso, entretanto, algo permanece igual, comparando as campanhas de ontem e de hoje: propostas. Não pelos candidatos que as apresentam e colocam ali suas expectativas para a cidade ou para o bairro, mas sim, por nossa parte: que cidade queremos? 

 

Vejo muito os colegas arquitetos e urbanistas falando em cidade para as pessoas, mas as pessoas estão antenadas no que é a cidade para elas? Porque, voltando aos planos de governo dos candidatos, vejo sempre propostas de ações muito vagas, de soluções para problemas que todo gestor público precisa resolver ou dar um encaminhamento. Não percebo a vontade do povo ali.

 

Pensar uma cidade não é algo fácil, eu sei. Mas ouvir a população é algo necessário para isso. Todavia, o povo precisa ter ciência do seu papel neste jogo (talvez o tal jogo político ou eleitoral, como gostam de chamar). Mas como fazer isso? Como dar ao cidadão comum o direito (que vira dever) de participar de tais processos? Não tem receita de bolo: é preciso participar da vida ativa da cidade, talvez começando pelo bairro ou pela rua. Assim, é preciso construir esta voz ativa, que apresente as dificuldades.

 

O historiador francês Pierre Nora já apresentara há um bom tempo a ideia de que a História está acelerada (aqui sei que nem todo mundo conhece o Nora, mas tem certeza de que sua ideia é real). E ele tinha razão, ou seja, não temos tempo nem para nós mesmos, imagina para a cidade! Porém, é preciso achar um tempo para a cidade.

 

Precisamos de propostas mais próximas do cidadão, que precisam ser construídas já. Temos que lembrar sempre que a cidade é coletiva, que eu e você somos parte disso. Fazer as necessidades de uma cidade chegar até os candidatos (e aos eleitos também) é fundamental, porque nós precisamos responder à pergunta todos os dias: que cidade queremos?

 

Referência:

NORA, Pierre. Entre Memória e História: a problemática dos lugares. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Historiada, PUC. São Paulo, n. 10, 1993

 

 

Bem no Cantinho

Muitas eleições ainda este ano de 2020 na Universidade.

 

As comissões eleitorais trabalhando para que tudo seja seguro e siga as recomendações deste tempo estranho.

 

Assim, seguimos.

 

Participe. Vote. 


 

Canto da Cultura

 

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2), a circulação de pessoas acabou sendo restrita no espaço da Biblioteca Universitária da FURB, impedindo as exposições de acontecerem no Salão Angelim.

 

Seguindo protocolos de biossegurança, as exposições do “Salão Angelim 2020 – Em Casa” irão ao ar durante seis semanas, às terças-feiras, às 19h30, começando dia 03 de novembro até dia 08 de dezembro. As transmissões acontecerão no canal do YouTube da FURBTV. As propostas foram selecionadas de acordo com a pertinência conceitual e relevância artística.

 

Fizeram parte da curadoria a Profa. Roseli Moreira, do Curso de Artes Visuais da Furb; Prof. Dr. Marko Santos, do Curso de Design da Furb; Mia Ávila, gerente do Museu de Arte de Blumenau. Além da saudosa Leide Regina de Liz e Ruan R. Rosa, representando a Divisão de Cultura. Esta é a oitava edição da temporada de Exposições de Artes Visuais na universidade via edital. Prestigie! Acesse youtube.com/furbtv !

 

 

Ângulos das minhas memórias:

 

“O objetivo principal de nossa vida e de nossa obra é nos tornarmos alguém diferente do que éramos quando começamos” (Michel Foucault). 

 

 

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