Conselheira Sônia Regina de Andrade pediu vistas de projeto apresentado pela Gestão

A proposta de criação de uma comissão para iniciar os trabalhos de Reorganização Administrativa da Universidade Regional de Blumenau (Furb) foi adiada no Conselho Universitário (Consuni), colegiado máximo de deliberação da instituição. O texto chegou a ser debatido pelos conselheiros, mas antes de a proposta ser apreciada em votação, a conselheira Sônia Regina de Andrade, representante docente do Centro de Ciências de Educação, Artes e Letras (CCEAL), pediu vistas do projeto.

Entre os principais motivos para o impasse entre a Gestão e os conselheiros estavam o momento em que o assunto foi tratado, durante o isolamento provocado pela pandemia do novo Coronavírus, e algumas condições apresentadas na proposta.

O texto previa a criação da Comissão que iniciaria os trabalhos para uma nova Estatuinte, que seria responsável por alterar o Estatuto e o Regimento Interno da Furb. Entretanto, os trabalhos dessa comissão ficariam subordinados à Coordenadoria de Planejamento (Coplan) e sua organização não era paritária, isto é, não definia uma representatividade igualitária para alunos, docentes e servidores técnico-administrativos.

Com o pedido de vistas, não há nova data para o projeto ser apreciado pelo Consuni. 

Histórico

A Reforma Administrativa da Furb já havia sido discutida ao longo do ano. Após uma proposta ser apresentada pela Gestão, os diretores de centro e vices se manifestaram por meio de uma carta solicitando a retirada do projeto, em agosto. 

O texto do documento, ao qual o Expressão teve acesso, justificava que “a proposta apresentada de reorganização administrativa não está detalhada e não expõe as fragilidades processuais e suas possíveis soluções, nem as motivações e premissas nas quais ela se baseia, também possui inconsistências, e não demonstra uma conexão com o Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI. Além disso, é difícil avaliar o seu impacto financeiro, visto que sobre este item não foram apresentados, tabelas e indicadores”. Os diretores de centro solicitaram então que a proposta fosse feita por meio de uma “construção coletiva”. 

A carta também defendia que essa discussão fosse feita em outro momento, devido às incertezas e sobrecargas emocionais, financeiras e de trabalho provocadas pela pandemia. “Reiteramos que diante destes fatos, a proposta da reorganização administrativa nesse momento só vai aumentar o fator estressor da comunidade furbiana, além de perder legitimidade”, argumentam os diretores. 

Posicionamento do Sinsepes 

O presidente do Sindicato dos Servidores do Ensino Superior de Blumenau (Sinsepes), Morilo José Rigon Júnior, esteve na reunião. Segundo ele, a decisão do Consuni já era esperada por causa do posicionamento da Gestão. “Precisa de ajustes no texto. Ele não está totalmente coerente e não contempla vários aspectos solicitados à Gestão pelos diretores dos centros dois meses atrás, quando enviaram uma carta à reitoria”. 

Para o presidente, “é importante que a comissão de criação da Estatuinte tenha sua composição paritária, contemplando os diversos setores e servidores da universidade. Entendemos enquanto sindicato que as discussões são prejudicadas quando são feitas de forma remota, devido à magnitude do tema e seu impacto na comunidade acadêmica”.